terça-feira, 18 de setembro de 2018

ESCATOLOGIA - AULA 5 - AS TEORIAS 1

ESCATOLOGIA

AULA 5 – 14 Ago 2018

AS TEORIAS (parte 1)

    Pré-tribulacionismo – pág 18

     O pré-tribulacionismo começou a ter destaque a partir do ano de 1830, através e um teólogo chamado John Nelson Darbi. No final do século XIX houve uma revisão teológica, dando ênfase à doutrina do Espírito Santo, com a evidência do falar em línguas, em sonhos e revelações. Neste período e baseado nestas evidências, os teólogos escreveram muitos livros, narrando estas experiências e daí surgiu o pré-tribulacionismo.
     Junto com o pré-tribulacionismo surgiram os quiliastas (vem de Quiliasmo que significa 1000 anos), que acreditam que Jesus voltará para retirar o anticristo, o falso profeta, a besta e pecado da terra e iniciar o milênio com um punhado de sobreviventes da batalha do Armagedom. E para isso eles contam a narrativa do Apocalipse como se fosse uma história cronológica. Entretanto os livros proféticos não são histórias; são miragens, visões, revelações, sonhos, ou seja, não tem como saber data, local ou personagens. São enigmas que devem ser interpretados por símbolos (II Pe 2.19).
     O pré-tribulacionismo baseia-se na diferença entre igreja e Israel. E para entender esta diferença os teólogos criaram as 7 dispensações. Este sistema é somente didático, ou seja, é uma criação da teologia sistemática, não é 100% teologia bíblica, pois se consultarmos a Bíblia encontraremos maior ou menor número de dispensações. Mas vamos analisar como eles pensam.
          1. Inocência – da criação de Adão até a queda;
          2. Consciência – depois da queda ao dilúvio. (problema: será que Adão não tinha consciência do que estava fazendo antes da queda?);
          3. Governo humano – do fim do dilúvio até a torre de Babel (problema: Deus não tinha dado o governo da Terra para Adão? Gn 1.26);
          4. Patriarcal (ou promessa) - de Abraão até a Lei de Moisés (Sinai) (problema: Adão não era patriarca? Noé não era patriarca? Na queda não houve promessa?);
          5. Lei – de Moisés (Sinai) até Cristo;
          6. Graça – de Cristo até o Milênio (problema: Deus não agiu com Adão pela graça? E com Noé não houve graça? Gn 6.8); e
          7. Reino – Milênio de Cristo (problema: não haverá graça no Milênio? Ou seja, todos são tratados durante toda a Bíblia com a Graça.
     Então, devido a estes problemas, o dispensacionalismo está descendo a ladeira teológica. Hoje já existe o ultra-dispensacionalismo, o dispensacionalismo moderado e o midi-dispensacionalismo. Por isso, biblicamente temos uma dispensação: Graça, do início ao fim.
     Então, o dispensacionalismo acredita que estamos vivendo a dispensação da graça que eles chamam de “era da igreja”. Esta era começou com o derramamento do Espírito Santo, em Pentecostes, e terminará com o arrebatamento da igreja antes da grande tribulação e a retirada do Espírito Santo da Terra. Neste momento inicia a Grande Tribulação, que é o governo do Anticristo (Dn 7.25; 9;27; Ap 12.14). Ao final da Grande Tribulação, Jesus volta e inicia o Milênio. Esta posição é chamada de Pré-tribulacionismo pré-milenista, porque a igreja é arrebatada antes de tribulação e Jesus volta antes do Milênio.
     Quais são as perguntas que os pré-tribulacionistas tem de responder sobre esta teoria?
          1. Se o Espírito Santo é retirado da Terra, como interpretar Mt 28.20, sendo que a consumação dos séculos não acontece no arrebatamento?
          2. Como as duas testemunhas profetizarão em Ap 11.3 sem o poder do Espírito Santo? (At 1.8).
          3. Como as duas testemunhas agirão com poderes miraculosos em Ap 11.5-6 sem a ação do Espírito Santo? Jo 20.22; Mc 16.15-18;
          4. Como os 144 mil serão selados sem o Espírito Santo? Ef 1.13-14.
          5. Como será a salvação durante a grande tribulação sem o Espirito Santo? Jo 16.8; Ap 7.13-14.
          6. Se Deus é onipresente e o Espírito Santo é Deus, como não estar presente em todos os lugares? Sl 139.8-10.
     A Grande Tribulação é dita ter 7 anos, porém são 3,5 anos de falsa paz e 3,5 anos de tribulação, ou seja, a Grande Tribulação tem na realidade 3,5 anos. Quem criou a ideia dos 7 anos foi a teologia sistemática, os teólogos baseados na última semana de Daniel. Porém esta semana é um enigma. O que a bíblia fala é que a tribulação iniciará com a marca da besta e a perseguição a quem não a tiver durante 3,5 tempos ou 42 meses (Ap 13.16-17; Ap 7.3-4).
     Acaba a Grande Tribulação, Cristo volta. Durante este período de 7 anos houve o tribunal de Cristo e as Bodas do Cordeiro. Ao voltar Cristo traz a igreja com ele, para nos ares e o pessoal da Grande Tribulação, os 144 mil, é transformado e arrebatado e se encontra nos ares junto com os mortos (I Ts 4.13-18).
     Quais são as perguntas que os pré-tribulacionistas tem de responder sobre esta teoria?
          1. A grande tribulação termina com o Armagedom, permanecendo vivos um punhado de judeus para repovoar a terra no milênio. Neste caso haverá pessoas comuns vivendo com a igreja arrebatada reinando com Cristo?
          2. O templo será reconstruído e o sacrifício retornará. Se Cristo está reinando e não tem pecado e a morte reduzida, pra que será o sacrifício?
     Outra situação: quem nasceu no milênio não conheceu o Diabo. No final ele será solto e seduzirá as nações que se tornarão revoltadas com o governo farão guerra contra Cristo e da igreja arrebatada. Cristo os derrotará com fogo vindo do céu, o Diabo será lançado no lago de fogo e enxofre e é iniciado o juízo do grande trono branco, onde não haverá salvação, para aqueles que não passaram pela igreja, de Caim até o milênio.
     Qual é a pergunta que os pré-tribulacionistas tem de responder sobre esta teoria?
          1. Se já estão condenados, porque ter julgamento? (Ap 20.15). Então há quem diga que haverá salvação no trono branco.


Édison da Silva Gonçalves, é Bacharel em Teologia, Pastor e Professor do Seminário Teológico bispo José Alfredo, em Realengo, Rio de Janeiro.

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