terça-feira, 18 de setembro de 2018

ESCATOLOGIA - AULA 9 - AS RECOMPENSAS


ESCATOLOGIA

AULA 9 – 11 Set 2018

AS RECOMPENSAS – (pág 9)


Em Ap. 22.12, Jesus declara que quando ele vier (e isto será sem demora) trará o galardão para retribuir a cada um segundo as suas obras.
Em II Co 5.10 Paulo fala que “todos nós compareceremos perante o Tribunal de Cristo, para receber segundo o mal ou o bem que tivermos feito por intermédio do corpo”.
Em Hb 4.13 encontramos que nada fica encoberto “aos olhos daquele a quem temos de prestar contas”.
A Bíblia não declara o momento exato desta entrega, mas, com certeza, será depois da volta de Cristo, pois é Ele quem vai entregar quando vier (Ap 22.12; Is 40.10; Is 62.11).
Quais são as recompensas citadas na Bíblia?
1. Pedrinha branca (Ap 2.17) – a ênfase do texto não deve ser na pedra branca, mas no nome que nela estará escrito (Is 56.5; 62.2; 62.12; 65.15; Ap 3.12; Ap 19.12; 19.16;);
2. Coroas –
* em sentido literal: a) prêmio entregue aos vencedores (I Co 9.25);
b) emblema de dignidade e realeza (Ap 6.2; 12.1;14.14);
* em sentido figurado: a) ornamento, honra, glória, aquilo que alguém pode se gloriar (Fl 4.1; I Ts 2.19-20)
b) um símbolo de recompensa da vida eterna (II Tm 4.8; Tg 1.12; I Pe 5.4; Ap 2.10; 3.11)
A conclusão que chegamos é que as recompensas são o reconhecimento de Cristo pelo trabalho que nós fizemos em Sua obra de evangelização dos povos. Não deve ser encarada como algo valioso aos nossos olhos, pois, se no céu descrito em Apocalipse pisaremos em ruas de ouro, significa que este metal aos olhos de Deus tem um valor diferente. Por isso devemos entender que não existirá recompensa maior do que ver as almas que foram fruto do nosso trabalho estarem gozando das bem-aventuranças do céu de Cristo.

Édison da Silva Gonçalves é bacharel em Teologia, Pastor e Professor do Seminário Teológico Bispo José Alfredo, em Realengo, Rio de Janeiro.


ESCATOLOGIA - AULA 8 - MÉTODOS DE INTERPRETAÇÃO DE PROFECIAS


ESCATOLOGIA

AULA 8 – 04 Set 2018

MÉTODOS DE INTERPRETAÇÃO DE PROFECIAS – (pág 3 a 7)

Na última aula vimos que a divergência entre os pré-tribulacionistas e os pós-tribulacionistas surgiu devido a forma como um e outro interpreta as Escrituras e mais especificamente as profecias bíblicas. Para os primeiros a interpretação literal é a forma mais correta, para os outros nem sempre podemos fazer este tipo de leitura da Bíblia, pois há momentos em que o simbolismo, a alegoria é utilizada e, por isso o exegeta terá de utilizar este recurso para ter uma visão correta do que o autor bíblico quis informar ao povo de Deus.
Como já dissemos, não é somente no Apocalipse que encontramos a Escatologia Bíblica, entretanto é neste livro que ficam mais evidentes as dificuldades de interpretação das profecias. A começar pelos destinatários da mensagem: seriam as sete igrejas, denominadas no cap. 1, as únicas para quem o autor queria entregar as palavras da profecia, ou seria todo o povo escolhido de todas as eras e até para nós hoje?
MIRANDA (2013) declara que naquela época já haviam as igrejas de Jerusalém, Antioquia, Roma, Colossos e outras, chegando a um total de até 20 localidades das quais não são citadas no livro; A perseguição aos cristãos de uma forma geral só ocorreu na metade do século II e início do século III com Diocleciano; até nos nossos dias existem cristãos sendo perseguidos e mortos em diversas partes do mundo; o Apocalipse é o único livro que promete benção a todo aquele que ouve a mensagem do livro (Ap 22.18-19). Então podemos afirmar que este livro não foi escrito só para os cristãos da época do escritor, mas para toda a igreja de Cristo espalhada por toda a terre em todas as épocas.
O idioma original é o grego koiné, que por si só já oferece uma dificuldade de interpretação, devido a sua complexidade e riqueza de palavras e significados e por ser uma língua que não é mais falada nos dias atuais.
Existem dois métodos principais de interpretação, embora com variações: o método alegórico e o método literal.
1. O método alegórico: nega ou despreza o sentido histórico e a tônica recai no sentido secundário do texto, ou seja, aquilo que você lê, não é aquilo que você lê. Tem algo oculto, nas entrelinhas. Neste sentido a Bíblia não é a autoridade máxima, mas a mente do intérprete. Ex. A travessia do Mar de Juncos (Mar Vermelho).
2. O método literal: dá a cada palavra o mesmo sentido exato como é empregada, do modo escrito, oral ou conceitual. Refere-se a fatos e desconsiderá-los é anular as palavras de Deus. Ex. A travessia do Mar de Juncos (Mar Vermelho).
O sentido literal é o mesmo em todas as línguas. Todos os sentidos secundários dependem do sentido literal prévio dos termos. É o único freio à imaginação do homem. Dentro desta visão, o Novo Testamento faz uso do Antigo Testamento em sentido literal e as figuras de linguagem devem ser empregadas para revelar os sentidos literais. Por exemplo: Ap 1.16 é dito que “… uma espada afiada de dois gumes saía de Sua boca...” e isto literalmente é um simbolismo para o juízo do final dos tempos (CAITANO, 2010).
As palavras podem ter significado literal em uma passagem e simbólico em outra. Ex. Sl 8.3 e Ap 1.20 (estrela). O texto pode ser simbólico ou literal simultaneamente. Ex. A história de Abraão levando Isaac para o sacrifício pode ser interpretada alegoricamente e literalmente. Um símbolo pode ter mais de um sentido alternadamente. Um texto pode estar até em contrário a outro sentido Ap 5.5 (o leão representa Jesus) e I Pe 5.8 (o leão representa o Diabo).
Diante de tantas alternativas, fica patente a diversidade de interpretações que um texto profético pode ter. Por isso os teólogos criaram uma espécie de dicionário de símbolos proféticos, que nos ajudam a direcionar nossa visão para interpretar o mais corretamente possível a literatura profética.




Édison da Silva Gonçalves é Bacharel em Teologia, Pastor e Professor do Seminário Teológico Bispo José Alfredo, em Realengo, Rio de Janeiro.

ESCATOLOGIA - AULA 7 – O MILÊNIO

ESCATOLOGIA

AULA 7 – 28 Ago 2018

O MILÊNIO – (pág 9, 18)


     Para entendermos a doutrina do milênio, precisamos tecer alguns comentários sobre as escolas de interpretação das profecias bíblicas.
          1. Escola Historicista: é a forma de interpretar a profecia bíblica através dos fatos ocorridos no decorrer da história humana. Ela é dividida em interpretação não histórica e interpretação histórica.
               a) interpretação não histórica: é baseada no conteúdo não literal, isto é, alegórico, espiritual e moralista do texto. É uma interpretação de ideias e ideais para vida cotidiana, dando liberdade a qualquer um interpretar de acordo com o seu conhecimento.
               b) interpretação histórica: é baseada, também, no conteúdo alegórico, porém sem espiritualizar ou moralizar, tendo como foco encaixar as profecias bíblicas nos diversos eventos históricos, principalmente na Idade Média, quando o sistema papal foi identificado como o Anticristo e os eventos que se seguiram eram uma consequência deste sistema e sua aplicação no mundo daquela época. Tudo já se cumpriu. Apenas servem para nós como um apontamento do que devemos ou não fazer, para não sofrermos as consequências.

          2. Escola Preterista: interpreta com a ótica de que tudo que está na profecia bíblica se cumpriu até o final do século I da era cristã, mais precisamente no ano 70 com a destruição de Jerusalém e a dispersão dos judeus. É também baseada no conteúdo figurado e tanto o livro do Apocalipse como o de Daniel contam a história dos eventos do ano 70, sendo que o livro de Daniel foi escrito no século II a. C, por isso a exatidão das informações.

          3. Escola Futurista: interpreta com a ótica de que tudo que está na profecia bíblica é destinado a se cumprir no futuro, próximo ou distante. Devido ao seu conteúdo literal é dividida em Futurista Extremo e Futurista Moderado.
               a) Futurista Extremo: é totalmente literal em sua interpretação, fazendo uma distinção especial em Ap 2 e 3, onde encaixa as 7 igrejas como exemplificando a igreja em todos os tempos; é pré-tribulacionista (Jesus volta secretamente para arrebatar a igreja antes da Grande Tribulação); é personalista (o anticristo é uma pessoa não um sistema como creem os historicistas); é pré-milenista (Jesus volta visivelmente antes do milênio para implantar um reino literal aqui na Terra); é exclusivista (a profecia bíblica é exclusiva par o final dos tempos); e sionista extremo (igreja é diferente de Israel nação, o qual reconhecerá Cristo com Messias no final da história). Foi desenvolvido no século XIX, com John Nelson Darby e Cyrus I. Scofield, com sua Bíblia de Referências e as 7 dispensações do dispensacionalismo.
               b) Futurista Moderado: são mais cautelosos na interpretação. Não aceitam as dispensações; não são pré-tribulacionistas; não são literalistas; as profecias sobre Israel cumpriram-se na igreja, pois não há distinção entre Israel e igreja. Para eles o Apocalipse revela os acontecimentos do primeiro século (capítulos 2 e 3) e os eventos do final da história humana. 
     Entender as escolas de interpretação da profecia bíblica nos ajuda a entender as diversas posições doutrinárias sobre o milênio: Amilenismo, Pós-milenismo e Pré-milenismo. Em Ap 20.1-6 encontramos que Jesus reinará com seus santos durante 1000 anos. Mas este reino será literal ou simbólico? Ou este reino já está acontecendo no céu e não será aqui na Terra? O objetivo de sabermos isto é dar consistência ao nosso discurso, a fim de que possamos ter certa coerência no que pregamos.
          1. Amilenismo: para estes teólogos o milênio não será um reino literal de 1000 anos, mas o milênio já começou na primeira vinda de Cristo e se encerrará na segunda vinda, ou seja, um longo período de tempo, e quando Jesus reinar, após o Juízo Final, será no céu e não na Terra..
          2. Pós-milenismo: para estes teólogos o milênio é simbólico e Jesus já reina no céu e a igreja já desfruta de paz na Terra. Na medida que o evangelho for pregado a todas as nações e a maioria se converter, o mundo cristianizado seria um paraíso na terra. O milênio seria este período de paz num mundo convertido e se convertendo que vai melhorando gradualmente.
         3. Pré-milenismo: para estes teólogos Jesus vai voltar visivelmente para reinar aqui na Terra antes do Juízo Final. Era a crença corrente até o século IV de nossa era, tanto para judeus como para a igreja.

Édison da Silva Gonçalves, é Bacharel em Teologia, Pastor e Professor do Seminário Teológico bispo José Alfredo, em Realengo, Rio de Janeiro.

ESCATOLOGIA - AULA 6 – AS TEORIAS 2

ESCATOLOGIA

AULA 6 – 21 Ago 2018

AS TEORIAS (parte 2)

Dispensacionalismo x Aliancismo

Pós-tribulacionismo / Midi-tribulacionismo

     Por que existe o pós-tribulacionismo? Para entendermos o Pós-tribulacionismo precisamos entender o que originou as divergências entre os teólogos sobre este assunto. Na última aula conhecemos a teoria das sete dispensações, de onde originou o dispensacionalismo, teoria que divide a história bíblica em períodos distintos, nos quais Deus trata o homem de diferentes maneiras.
     Entretanto, antes do surgimento do dispensacionalismo no século XIX, já existia outra teoria, que foi desenvolvida no período da Reforma Protestante, baseada nas alianças que Deus havia feito com o seu povo. Esta teoria ficou conhecida como teologia do pacto e acredita que toda a Bíblia se resume em dois pactos: Pacto da Graça, feito entre o Pai e o Filho, antes da fundação do mundo e o Pacto das Obras, feito com Adão no Éden.
     Eles acreditam também que o Espírito Santo e a Graça sempre estiveram presentes, mesmo durante o Antigo Testamento, diferentemente do dispensacionalismo que acredita que só na dispensação da Graça isto ocorreu. Dos pactos principais surgiram outros pactos consecutivos: (na apostila, pág 30 a 32 temos exemplos de algumas destas alianças).
     Temos então os aliancistas e os dispensacionalistas. A diferença entre eles está na dispensação da graça, quando divergem na visão entre igreja e israel. Os aliancistas creem que a igreja é o “Israel de Deus”, enquanto os dispensacionalistas creem que a igreja é diferente de Israel. Como consequência desta divergência, para os aliancistas todas as profecias que fazem referência à tribulação, como em Mt 24, como a igreja é Israel, ambos passarão pela tribulação. Porém, para os dispensacionalistas, como a igreja não é Israel de Deus, somente o Israel como nação passará pela tribulação. Isto vale a todas as profecias referentes a Israel, sejam elas escatológicas ou não.
     Os aliancistas creem desta forma porque em Gl 3.26-29 fala que quem creu pela fé, participará das mesmas promessas feitas a Israel. Já os dispensacionalistas creem que a igreja não se torna Israel pela fé, mas o Israel de Deus convertido vira igreja, ou seja, o Israel de Deus é o povo da nação de Israel e a igreja são os judeus e gentios convertidos (Ef 2.13-15).
     Qual a importância de entendermos isso? Para os que creem que Deus tem um plano diferente para igreja, a tribulação é só para Israel e Deus tirará a igreja antes. Estes são os pré-tribulacionistas. Mas para aqueles que creem que a igreja é o Israel de Deus, a tribulação é para todos e Deus só livrará o seu povo da ira vindoura no final da Grande Tribulação. Estes são os pós-tribulacionistas.
     Quais as crenças concordantes entre aliancistas e dispensacionalistas: Jesus vai voltar; Jesus julgará os vivos e os mortos; haverá a ressurreição dos mortos; Satanás será julgado e condenado; e haverá um momento de paz e prosperidade.

Midi-tribulacionismo

     Alguns pré-tribulacionistas chegaram a conclusão que não havia como negar que a igreja passaria pela grande tribulação. Então eles criaram a teoria de que a igreja passaria pela primeira parte da tribulação e seriam arrebatados da 2ª parte da Grande tribulação (Ap 3.10).



Édison da Silva Gonçalves é Bacharel em Teologia, Pastor e Professor do Seminário Teológico Bispo José Alfredo, em Realengo, Rio de Janeiro. 

ESCATOLOGIA - AULA 5 - AS TEORIAS 1

ESCATOLOGIA

AULA 5 – 14 Ago 2018

AS TEORIAS (parte 1)

    Pré-tribulacionismo – pág 18

     O pré-tribulacionismo começou a ter destaque a partir do ano de 1830, através e um teólogo chamado John Nelson Darbi. No final do século XIX houve uma revisão teológica, dando ênfase à doutrina do Espírito Santo, com a evidência do falar em línguas, em sonhos e revelações. Neste período e baseado nestas evidências, os teólogos escreveram muitos livros, narrando estas experiências e daí surgiu o pré-tribulacionismo.
     Junto com o pré-tribulacionismo surgiram os quiliastas (vem de Quiliasmo que significa 1000 anos), que acreditam que Jesus voltará para retirar o anticristo, o falso profeta, a besta e pecado da terra e iniciar o milênio com um punhado de sobreviventes da batalha do Armagedom. E para isso eles contam a narrativa do Apocalipse como se fosse uma história cronológica. Entretanto os livros proféticos não são histórias; são miragens, visões, revelações, sonhos, ou seja, não tem como saber data, local ou personagens. São enigmas que devem ser interpretados por símbolos (II Pe 2.19).
     O pré-tribulacionismo baseia-se na diferença entre igreja e Israel. E para entender esta diferença os teólogos criaram as 7 dispensações. Este sistema é somente didático, ou seja, é uma criação da teologia sistemática, não é 100% teologia bíblica, pois se consultarmos a Bíblia encontraremos maior ou menor número de dispensações. Mas vamos analisar como eles pensam.
          1. Inocência – da criação de Adão até a queda;
          2. Consciência – depois da queda ao dilúvio. (problema: será que Adão não tinha consciência do que estava fazendo antes da queda?);
          3. Governo humano – do fim do dilúvio até a torre de Babel (problema: Deus não tinha dado o governo da Terra para Adão? Gn 1.26);
          4. Patriarcal (ou promessa) - de Abraão até a Lei de Moisés (Sinai) (problema: Adão não era patriarca? Noé não era patriarca? Na queda não houve promessa?);
          5. Lei – de Moisés (Sinai) até Cristo;
          6. Graça – de Cristo até o Milênio (problema: Deus não agiu com Adão pela graça? E com Noé não houve graça? Gn 6.8); e
          7. Reino – Milênio de Cristo (problema: não haverá graça no Milênio? Ou seja, todos são tratados durante toda a Bíblia com a Graça.
     Então, devido a estes problemas, o dispensacionalismo está descendo a ladeira teológica. Hoje já existe o ultra-dispensacionalismo, o dispensacionalismo moderado e o midi-dispensacionalismo. Por isso, biblicamente temos uma dispensação: Graça, do início ao fim.
     Então, o dispensacionalismo acredita que estamos vivendo a dispensação da graça que eles chamam de “era da igreja”. Esta era começou com o derramamento do Espírito Santo, em Pentecostes, e terminará com o arrebatamento da igreja antes da grande tribulação e a retirada do Espírito Santo da Terra. Neste momento inicia a Grande Tribulação, que é o governo do Anticristo (Dn 7.25; 9;27; Ap 12.14). Ao final da Grande Tribulação, Jesus volta e inicia o Milênio. Esta posição é chamada de Pré-tribulacionismo pré-milenista, porque a igreja é arrebatada antes de tribulação e Jesus volta antes do Milênio.
     Quais são as perguntas que os pré-tribulacionistas tem de responder sobre esta teoria?
          1. Se o Espírito Santo é retirado da Terra, como interpretar Mt 28.20, sendo que a consumação dos séculos não acontece no arrebatamento?
          2. Como as duas testemunhas profetizarão em Ap 11.3 sem o poder do Espírito Santo? (At 1.8).
          3. Como as duas testemunhas agirão com poderes miraculosos em Ap 11.5-6 sem a ação do Espírito Santo? Jo 20.22; Mc 16.15-18;
          4. Como os 144 mil serão selados sem o Espírito Santo? Ef 1.13-14.
          5. Como será a salvação durante a grande tribulação sem o Espirito Santo? Jo 16.8; Ap 7.13-14.
          6. Se Deus é onipresente e o Espírito Santo é Deus, como não estar presente em todos os lugares? Sl 139.8-10.
     A Grande Tribulação é dita ter 7 anos, porém são 3,5 anos de falsa paz e 3,5 anos de tribulação, ou seja, a Grande Tribulação tem na realidade 3,5 anos. Quem criou a ideia dos 7 anos foi a teologia sistemática, os teólogos baseados na última semana de Daniel. Porém esta semana é um enigma. O que a bíblia fala é que a tribulação iniciará com a marca da besta e a perseguição a quem não a tiver durante 3,5 tempos ou 42 meses (Ap 13.16-17; Ap 7.3-4).
     Acaba a Grande Tribulação, Cristo volta. Durante este período de 7 anos houve o tribunal de Cristo e as Bodas do Cordeiro. Ao voltar Cristo traz a igreja com ele, para nos ares e o pessoal da Grande Tribulação, os 144 mil, é transformado e arrebatado e se encontra nos ares junto com os mortos (I Ts 4.13-18).
     Quais são as perguntas que os pré-tribulacionistas tem de responder sobre esta teoria?
          1. A grande tribulação termina com o Armagedom, permanecendo vivos um punhado de judeus para repovoar a terra no milênio. Neste caso haverá pessoas comuns vivendo com a igreja arrebatada reinando com Cristo?
          2. O templo será reconstruído e o sacrifício retornará. Se Cristo está reinando e não tem pecado e a morte reduzida, pra que será o sacrifício?
     Outra situação: quem nasceu no milênio não conheceu o Diabo. No final ele será solto e seduzirá as nações que se tornarão revoltadas com o governo farão guerra contra Cristo e da igreja arrebatada. Cristo os derrotará com fogo vindo do céu, o Diabo será lançado no lago de fogo e enxofre e é iniciado o juízo do grande trono branco, onde não haverá salvação, para aqueles que não passaram pela igreja, de Caim até o milênio.
     Qual é a pergunta que os pré-tribulacionistas tem de responder sobre esta teoria?
          1. Se já estão condenados, porque ter julgamento? (Ap 20.15). Então há quem diga que haverá salvação no trono branco.


Édison da Silva Gonçalves, é Bacharel em Teologia, Pastor e Professor do Seminário Teológico bispo José Alfredo, em Realengo, Rio de Janeiro.

ESCATOLOGIA - AULA 4 - GRANDE TRIBULAÇÃO 1

ESCATOLOGIA

AULA 4 – 07 Ago 2018

GRANDE TRIBULAÇÃO


     Qual é a razão do arrebatamento? Pag 9 a 11.
* Em Rm 2.2-8 vemos Paulo alertando os irmãos de Roma sobre o juízo de Deus, que cairá sobre aqueles que são desobedientes aos preceitos das escrituras. A razão do arrebatamento é livrar a igreja dese juízo, que a Bíblia chama de “ira de Deus”.
* Em Mt 1.21, quado o anjo anunciou o nascimento de Jesus, declarou também qual seria a sua missão: salvar aqueles que cressem em seu nome.
* Em Jo 14.1-3 Jesus fala que foi preparar lugar para depois vir nos buscar para estar com ele;
* Em Rm 3.23 paulo diz que todos pecaram e carecem da glória de Deus e merecem ser castigados.
* Em I Ts 1.8-10 vemos o ensino de que aqueles que se converteram aguardam a vinda do Senhor para nos livrar da ira vindoura.
* Em I Ts 2.15-16 vemos o ensino de que a ira de Deus cairá sore aqueles que impedem a pregação da palavra de Deus.
* Em Mt 3.7 João batista alerta para os fariseus que queriam se batizar para se livrarem da ira vindoura. Ira de quem? De Deus.
* Em Ap 6.12-17 temos a abertura do 6º selo que faz ligação com Mt 24.29-31.

     O que é esta ira de Deus?
          É a vingança de Deus sobra aqueles que rejeitaram a sua palavra, seus ensinos e adoraram a besta e seus profetas. Pag 22 (a grande babilônia)
* Em Ap 14.9-10 temos a decretação do juízo de Deus sobre aqueles que receberam a marca da besta e em Ap 14.19 mostra como e onde será derramada a cólera da ira de Deus.
* Mq 5.15 sobre as nações desobedientes.
* Na 1.2 contra os adversários e inimigos de Deus.
* I Ts 1.9-10.

     Quando será derramada a ira de Deus?
* Ap 6.12-17 na abertura do 6º selo (observar o sol, a lua em concordância com Mt 24.29-30; Is 63.4; Is 22.5; Mq 7.10; Jl 2.11; Ap 10.6-7; Ap 11.15-18).
* Ap 16.12.16 na batalha do Armagedom, em concordância com I Ts 5.2 (como ladrão). Pag 21
* Is 65.13-14 com sofrimento a quem desprezou a obra de Deus (em concordância com Ap 20.7-15 e Rm 2.9-11).
* Ap 11.15-18 na sétima trombeta, cumprimento do mistério de Deus profetizado nos profetas e em Ap 10.6-7, em concordância com Dn 12.6-7. pag 39 e 40.
* Quando a ira de Deus acontece, a grande tribulação ficou para trás. Ilustrar com Noé e Ló.

     Se a ira de Deus acontece depois da Grande Tribulação, então o que é este período?
* A grande tribulação é a ira do anticristo sobre o povo santo. Pag 12 a 15.
Dn 7.23-27; Ap 12-13; Ap 19.1-16; Dn 9.27; Mt 24-15-28; Mc 13.14; II Ts 2.7-10; Ez 38.18-19.


Édison da Silva Gonçalves, é Bacharel em Teologia, Pastor e Professor do Seminário Teológico bispo José Alfredo, em Realengo, Rio de Janeiro.

ESCATOLOGIA - AULA 3 - ARREBATAMENTO

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AULA 3 – 31 Jul 2018

ARREBATAMENTO


     Na última aula estivemos vendo sobre a profecia das 70 semanas, descrita no livro de Daniel. Esta profecia relata sobre os acontecimentos que deverão acontecer para realizar as 6 maravilhas de Deus: 1. Cessar a transgressão; 2. dar fim aos pecados; expiar a iniquidade; 4 trazer a justiça eterna; selar a visão e a profecia; e 6. ungir o santíssimo.
     Não temos como interpretar os eventos do fim sem conhecer e entender esta profecia. E foi por isso que Jesus, ao responder as três perguntas dos discípulos, citou o profeta Daniel, como uma dica para entender o que aconteceria no fim.
     Seguindo a explicação de Jesus temos então 69 semanas da profecia já cumpridas, faltando ainda 1 semana. Esta semana é dividida em 2 partes (Dn 9.27). Quando Jesus fala desse período (Mt 24.6-14) diz que haverão guerras e outros sinais atá chegar o fim, conforme Dn 9.27b. Em Mt 24.15-22, Ele continua relatando outros eventos que antecederão ao fim das coisas, falando até em abreviação de um tempo de angústia, a fim de que os eleitos fossem salvos e ele chama este período de princípio das dores. E este período começaria quando os discípulos observassem “estar no lugar santo, a abominação da desolação, predita pelo profeta Daniel”. Para sabermos sobre isso, voltamos ao livro de Daniel, para saber quem será esse abominador da desolação. Quando fazemos a ligação com II Ts 2.3-4 paulo nos revela que este assolador será o Anticristo.
     Ao final das palavras de Jesus ficam evidentes três eventos principais: arrebatamento, julgamento e bodas. O arrebatamento tem apoio nos seguintes textos: Dn 12.1; Mt 24.31; Jo 14.1-3; Ap 7.9-17; 11.12; 14.1-5; e 19.1-9. Os julgamentos: Dn 12.2; Mt 13.30; 25.31-46; Lc 21.25-28; Ap 19.11-21; 20.7-15; e 22.12; As bodas: Dn 12.3; Mt 25.10; Ap 7.16-17; 19.9; e 21.1-6.


Édison da Silva Gonçalves, é Bacharel em Teologia, Pastor e Professor do Seminário Teológico bispo José Alfredo, em Realengo, Rio de Janeiro.

ESCATOLOGIA - AULA 2 - AS 70 SEMANAS

ESCATOLOGIA

AULA 2 – 24 Jul 17

AS 70 SEMANAS


     Em Mt 24.3, os discípulos fizeram três perguntas a Jesus: 1) Quando sucederão estas coisas? Que sinal haverá da tua vinda? Que sinal haverá da consumação dos séculos? Desde aquele tempo já havia uma curiosidade a respeito dos eventos finais. A curiosidade surgiu quando Jesus falava a respeito da destruição do templo de Herodes. Para responder a eles, Jesus alertou, primeiramente, para que eles não se deixassem enganar.
     Ele começa a responder as perguntas: Em Lc 21.20-24 a primeira pergunta; em Mt 24.21-31 a segunda pergunta; e em Lc 21.8-19 a terceira pergunta. É lógico que as respostas estão narradas nos três evangelhos sinóticos, mas escolhi estas referências, por considerá-los melhor redigidos.
     Porém o que fica evidente na declaração de Jesus é a citação que ele faz do profeta Daniel. Considero que ele está deixando uma dica para nós, isto é, se quisermos saber como seriam as coisas do tempo do fim, teríamos que fazer o mesmo.
     Para isso então vamos consultar em Dn 9.26 e encontramos que “...um príncipe que há de vir, destruirá a cidade e o santuário...”; foi esta informação que Jesus disse e despertou o interesse dos discípulos. No mesmo versículo Daniel ala que haverá guerras até o fim, conforme Jesus diz em Lc 21.10 e Mc 13.7-8. e na última semana, o abominável fará uma aliança com muitos e na metade da semana se manifestará até ser destruído no final, como já está determinado.
     O interessante é notar que Jesus diz\ que ele seria rejeitado pelos judeus, mas estes aceitariam o anticristo (Jo 5.43). Não tem como estudar escatologia sem seguir o conselho de jesus e ir a Daniel para entender a profecia das 70 semanas.


Édison da Silva Gonçalves, é Bacharel em Teologia, Pastor e Professor do Seminário Teológico bispo José Alfredo, em Realengo, Rio de Janeiro.

sábado, 25 de agosto de 2018

ESCATOLOGIA - AULA 1 - FATOS INCONTESTÁVEIS

ESCATOLOGIA

AULA 1 – 17 Jul 2018

FATOS INCONTESTÁVEIS

“Nas coisas essenciais, unidade! Nas coisas não essenciais, liberdade! Em todas as coisas, o amor!”
John Wesley

     Apostila pág 2. ESCATOLOGIA: A escatologia é uma doutrina que faz parte da teologia sistemática. O que é teologia sistemática? É a parte da teologia que visa reunir o maior número possível de textos bíblicos que falam sobre determinado assunto e criam um sistema. SIS+TEMÁTICA.
      Existem a teologia sistemática e teologia bíblica. Qual a diferença? A teologia bíblica não se dedica a das muitas explicações. Pega-se um tema bíblico e fica nele. É a Bíblia explicando-se a si mesmo; a teologia sistemática utiliza, além da Bíblia, textos de outras fontes e faz comparações. As fontes podem ser teológicas, filosóficas, científicas, etc.
     Escatologia significa: doutrina das últimas coisas, ou doutrina do fim, ou estudo dos últimos tempos. Vem do grego ESCATOS = FIM e LOGIA = TRATADO, DOUTRINA, ESTUDO.
     Apostila pág 2. APOCALIPSE: Quando Deus fala em revelação, a pergunta que devemos fazer é: Por que só agora foi revelado (no Ap)? Antes não havia sido revelado ainda? Então o que era? História, poesia, biografia? Vamos ler Is 46.9-10. verificamos que a mensagem de apocalipse foi revelada por toda a bíblia. A começar pela expressão “No princípio...”, Gn 1.1; se compararmos com Ap 22.13 e Cl 1.15-20, concluímos que Jesus é o princípio e o fim de todas as coisas. Ele é revelado em toda a escritura. Se estudarmos a Bíblia, encontraremos referência a cristo em todos os livros, tipificados em várias situações.
     Apostila pág 2 ANTÍTIPO: é a realidade da manifestação do tipo. Cristo é o antítipo e as várias formas que identificamos a pessoa ou a obra de Cristo ao longo da Bíblia é o TIPO. Ex; José no Egito, A libertação de Raabe, Moisés, a travessia do mar de juncos, etc.
     O propósito deste curso é fazer um estudo da escatologia na ótica da teologia sistemática, porque a teologia bíblica é assunto para EBD e Curso Básico de Teologia. Como vocês sairão daqui Bacharéis em Teologia, precisamos ampliar nossos conhecimentos. E para que possamos ampliar nossos conhecimentos precisamos ver alguns fatos incontestáveis, nos quais a Bíblia não deixa dúvidas:
           Apostila pág 8: ACONTECIMENTO ESCATOLÓGICO MAIS IMPORTANTE: A VOLTA DE CRISTO ( Hb 9.27-28; At 1.10-11; Zc 14.4-5;Mt 25.31; Ap 19.11); ARREBATAMENTO: Lc 17.34-36; I Ts 4.13…; Mt 24.40-42; I Co 15.50;
          Apostila pág 9: O MILÊNIO: Ap 20.4-5; Is 9.6-7; Zc 9.9;
          Apostila pág 12: A GRANDE TRIBULAÇÃO: Mt 24.21; Mc 13.19; 2 Ts 1.16; Ap 7.14;
          Apostila pág 16: O ANTICRISTO: I Jo 2.18; 2 Ts 2.1; Ap 13.1;
          Apostila pag 24: RESSURREIÇÃO: I Co 15.17-22; 50-57; Dn 12.2; Jo 11.25-26; Ap 20 13-15;
          Apostila pág 23: O JUÍZO FINAL: Ap 20.11-15; Mt 25.32-34
     O importante não é a cronologia, mas estar preparado para os acontecimentos quando eles acontecerem. Lc 1.13-17

Édison da Silva Gonçalves, é Bacharel em Teologia, Pastor e Professor do Seminário Teológico bispo José Alfredo, em Realengo, Rio de Janeiro.

terça-feira, 20 de fevereiro de 2018



INTRODUÇÃO À MISSIOLOGIA

       Desde o início o objetivo de Deus era ensinar o seu povo escolhido sobre missiologia. E, por isso Ele foi o primeiro missionário. Em Gn 3.9, após a queda, Deus vai em busca do homem pecador e chama “Adão, onde estás?” Isto prova o cuidado que Deus tem com o homem perdido e sabe que este só vai se converter se alguém for buscá-lo, conforme Rm 10.14-15.

         * 10 razões para ser missionário
1. Ex 20.2 – por causa da teologia – a Bíblia é missiológica de capa a capa. Deus é o primeiro missionário;
2. Ex 20.3-6 – por causa da competição religiosa – se eu parar de evangelizar, os outros grupos crescem;
3. Ex 20.7 – por causa do nome de Jesus – toda língua confessará que Jesus Cristo é o Senhor;
4. Ex 20.8-11 – por que Deus só descansou no sétimo dia – temos que trabalhar todos os dias;
5. Ex 20.12 – por causa dos relacionamentos familiares – as famílias estão sendo atacadas por todos os lados;
6. Ex 20.13 – por uma razão criminal – não matar literalmente, basta odiar alguém, não perdoar.
7. Ex 20.14 – por uma razão conjugal – nunca houve tantos casamentos destruídos;
8. Ex 20.15 – por uma razão de respeito ao que é do próximo – uma bala, um telefone da firma, etc.
9. Ex 20.16 – por uma razão de justiça – uma mentira basta.
10. Ex 20.17 – por uma razão de moral – a cobiça é uma das coisas que mais fazemos em nosso tempo. Carro, celular, casa, conforto, etc.

          * O que é missiologia?
Missiologia (latim=missio "envio"; grego=logia "estudo") ou Teologia de Missões é um ramo da Teologia que estuda as missões, que são ações de propagação de uma religião. No nosso caso, o desejo de Deus, desde o princípio, era a religação do homem com seu criador, porque religião vem de “religare’, termo em latim que significa ‘religação com o divino’, servindo para qualquer forma de aspecto físico ou religioso, que contenha conteúdo metafísico [do grego meta=além do mundo físico]. Tal desejo foi despertado tendo em vista a queda do homem no Éden e sua consequente separação de Deus. [Rm 3.23].
Missão - Partindo, então, desse contexto bíblico, podemos definir “missão” como o ato redentivo de Deus para a Salvação do perdido, consolidado em Seu filho unigênito – Jesus – que, dado como ordenança a Igreja impele a todo o corpo dos salvos em Cristo a anunciar a Salvação a todos os povos, línguas, tribos, nações e etnias do planeta até o retorno do Senhor Jesus Cristo.
Missões - “Missões”, nada mais é que a participação da Igreja, como corpo de Cristo, no cumprimento da “missão”, usando de estratégias, grupos de ação missionária, envio de vocacionados, etc; missões tem como finalidade o alcance de locais onde a igreja - instituição - cumpridora da missão não pode estar, com a finalidade de cumprir à risca o mandado de Jesus de alcançar os confins da Terra. Missões é a ferramenta auxiliadora do cumprimento da missão e está interdependente desta.
O papel da igreja - Entendendo missão como ordenança de Deus para anunciar a Jesus como Salvador e missões como a auxiliadora no cumprimento da missão. Entende-se, portanto o papel fundamental da Igreja na realização dessa empreitada como tendo a responsabilidade literal de obedecer à ordenança; entendendo que trata-se da sua essência, pois a igreja só existe pelo e para o cumprimento da missão.
O papel da missiologia é conscientizar os cristãos [missionários, pastores, presbíteros, evangelistas, diáconos, líderes de escola bíblica e membros de igrejas evangélicas em geral] desta responsabilidade literal de obedecer à ordenança.

          * Algumas informações interessantes sobre os povos não alcançados, que vão ajudar nesta conscientização:
a. no Brasil:
1. indígenas – 340 etnias – 103 não evangelizadas;
2. ribeirinhos – 35.000 comunidades – 10000 não têm igreja evangélica;
3. quilombolas – 2.000 comunidades que não têm igreja evangélica;
4. ciganos calom – 1.000.000 – 700.000 não têm igreja evangélica;
5. sertanejos – 6.000 comunidades não têm igrejas evangélicas;
6. surdos – somente 1% se declara crente;
7. imigrantes – vivem no país imigrantes de 27 países totalmente fechados para a evangelização; e
8. as classes mais difíceis de evangelizar no Brasil são os mais ricos entre os ricos e os mais pobres entre os pobres.
9. denominação não faz missões. Pessoas fazem missões.
10. missões não é departamento. Missões é consciência.
b. no Mundo:
o campo missionário começa ao abrir a porta de nossa casa.

          * Modelos de missões:

          Não existe padrão de evangelização. Deus age na sua multiforme graça e dá aos homens diversas estratégias para pregar a Palavra. Existe um objetivo a ser atingido na evangelização. Moisés saiu com um povo escravo do Egito e entregou uma nação na entrada da terra prometida. O objetivo da evangelização é promover a mudança de vida das pessoas evangelizadas.
         Para isso existem modelos que devem ser observados. O modelo de Pedro e o modelo de Paulo. Pedro representa aqueles que acreditam que devem esperar as pessoas virem ouvir a Palavra. Paulo representa aqueles que partem, vão em busca de pessoas para ouvirem a Palavra. Em ambos os casos ninguém chega antes, todos chegam depois, ou seja, dificilmente iremos achar pessoas que nunca ouviram falar de divindade, pois carregam espiritualidade em si mesmos, mas talvez nunca ouviram falar de Cristo.
          Iremos chegar em campos que já foram plantados e até regados. Pedro tinha uma dificuldade muito grande em aceitar que os gentios também faziam parte da promessa. Paulo, pelo contrário, representa aqueles que chegam e conseguem se integrar na cultura.
          Pedro representa a tradição judaica, tão presente no antigo testamento e que era o propósito inicial de Deus. O povo de Israel deveria atrair as demais nações com o seu testemunho de amor a um Deus único e verdadeiro, que tantas coisas havia feito por eles. Isso é patente ao observarmos quantas pessoas de outras nações foram agregadas ao povo de Israel: Raabe, Rute, a rainha de Sabah, etc.
       Entretanto a missão não foi cumprida de forma completa, pois os judeus não reconheceram o messias, como deveriam ter acontecido. A presença de igreja, que já estava no coração de Deus desde sempre, deveria ser formada pela nação de Israel e destes gentios que iriam ser evangelizados. Este grande grupo teria a incumbência de levar o nome de Deus a todas as nações da terra, como foi anunciado a Abraão.
          Paulo, então, representa esta grande nação, a igreja do Senhor, que deveria ir por toda a terra levando a mensagem da cruz e, principalmente, anunciando a volta do Senhor Jesus, para julgar todos aqueles que não creram em Seu nome, pois quem crer não será julgado [Jo 3.18,36].
           Evangelizar é anunciar a boa nova que aconteceu conosco. E a razão por que isso aconteceu. Ou seja, eu mudei, porque Cristo mudou a minha vida através do amor e é este amor que deve nos mover em direção às pessoas. É o que aconteceu com a mulher samaritana, com o gadareno, com Paulo, etc.
          Portanto, missiologia é a disciplina teológica que visa abrir nossos olhos sobre o que cabe a cada um de nós cristãos, como súditos do Reino de Deus e, através desta visão despertada, partir para cumprir Rm 10.14-15.

Pastor Édison da Silva Gonçalves