A CEIA DO SENHOR
I Co 11.17-34
v. 17-18 – nestes versículos o apóstolo Paulo alerta aos coríntios que as suas reuniões não são para uma coisa boa e nisto eles foram reprovados e não são merecedores de elogios. Esta atitude dele foi porque alguém da comunidade informou a existência de divisões dentro da igreja.
v. 19 – Paulo fala que as divisões em certo sentido é boa, pois é através dela que aqueles que são verdadeiros cristãos são diferenciados daqueles que só aparentam serem crentes.
v. 20-22 – quando os cristãos primitivos se reuniam para celebrar a comunhão era costume realizar uma refeição comunitária em conjunto com a celebração da Ceia do Senhor. O Apóstolo fala que a reunião da ceia deveria ser celebrada como um exemplo de união, porém as pessoas estavam preocupadas apenas em se alimentar e parece que os mais abastados esqueciam dos mais pobres e comiam o melhor da festa sim se importar com quem viesse depois. Havia um total descaso com o outro. Ninguém se preocupava com o ‘bem-estar’ coletivo, apenas com o encher a sua própria barriga. Ele alerta que para encher a barriga era em suas próprias casas que isso deveria ocorrer. E isto ele estava reprovando dos coríntios.
v. 23-25 – nestes versículos ele começa enfatizando que o que ele ensinava teria recebido diretamente do Senhor, portanto tinha a máxima autoridade para orientar a qualquer um sobre a ceia. E então passa a recordar o que aconteceu na noite da ceia, embora ele não estivesse presente, pode ter recebido as informações diretamente de quem esteve presente no local. Isso não seria nenhum problema, considerando que essa carta foi escrita apenas mais ou menos 20 anos após os eventos ocorridos.
v. 26 – ele fala do objetivo da cerimônia que é ‘anunciar a morte do Senhor até que Ele venha’. Este anúncio é feito através do próprio ato de comer o pão e beber o vinho. O pão significa o corpo de Cristo que foi morto na cruz e o vinho o Seu sangue que, da mesma forma, foi derramado para a remissão dos pecados.
v. 27-29 – ele trata das consequências de comer o pão e beber o vinho com indignidade. Indignidade é uma ação injuriosa ou afrontiva. Quem é indigno é ordinário, inconveniente e desprezível. Na esfera jurídica o significado da indignidade são mais fortes e abrangentes que na linguagem comum. No direito brasileiro uma indignidade é causa de deserdação, a exclusão do herdeiro de receber sua herança. A expressão ‘réu do corpo e do sangue do Senhor’ fala da possibilidade de sofrer julgamento aquele que assim proceder. Em algumas traduções é dito ‘culpado do corpo e do sangue do Senhor’, ou seja, deixa de ser réu e já está condenado.
v. 28 – por isso a necessidade do exame individual antes de participar da ceia. E após ao exame, não deixar de participar. Nenhum pecado é tão grave que impeça qualquer pessoa de tomar da ceia. O importante é que neste exame haja o reconhecimento da culpa, o pedido de perdão e a fé de que foi perdoado. Esta expressão ‘examine-se’ traz uma ideia de que ao final do processo, a pessoa se sinta aprovada. Então diante disso ela tenha plena capacidade de participar normalmente da cerimônia. Esta ideia de aprovação vem do grego ‘dokimós’ , que é a mesma palavra que Paulo usa em II Tm 2.15, com respeito de como deveria ser aquele que almeja o ministério pastoral. Os dokimós eram homens que trabalhavam na conferência do peso das moedas, atestando que não houve adulteração e que continham o valor nelas especificados. Eles utilizavam balanças para pesar o dinheiro e com o resultado do peso sabiam se houve ou não falsificação. Estes homens ficavam acima de qualquer suspeita e eram escolhidos ‘a dedo’ e gozavam da maior confiança seja dos banqueiros seja da população em geral. Eram homens dignos, aprovados.
v. 29-30 – por isso a necessidade de ‘comer discernindo o corpo’. Este é o versículo chave das instruções para a ceia. O que nos faz diferentes de qualquer religião, é termos um Deus que é a cabeça e nós o seu corpo. Quando Paulo inicia a fala aos coríntios, ele reprova a atitude deles de não serem corpo, ou seja, não agirem em união. Quando eu como o pão, torno-me um com ele; nos unimos. Quando todos comemos do mesmo pão, nos tornamos um com o pão e entre nós. Se o pão representa o corpo de Cristo, significa que estamos nos tornando um com Ele, simbolicamente. Esta é a chave da participação: pelas feridas sofridas por Cristo na cruz, eu fui sarado (Is 53.4-5). Não há mais condenação para os que estão com Cristo (Rm 8.1). A questão de ser aprovado não está ligada ao fato de termos ou não cometido pecados, ou termos ou não confessado estes pecados. Porque aquele que está em cristo é nova criatura (II Co 5.17). E por ser nova criatura não vive pecando (I Jo 3.6). A questão está em saber qual é a minha função no corpo. Entender que eu sou importante para o andamento do corpo. E a participação na ceia é a celebração desta comunhão do corpo. Cada membro deve entender e discernir isso, pois o julgamento ou a sentença não trazem uma condenação de perda da salvação, mas de castigos temporários como doenças e até mesmo a morte prematura.
v. 31-32 – atesta a necessidade de alto exame, pois assim evitaríamos o julgamento tanto dos outros homens como do próprio Deus. Entretanto, ao sermos julgados por Deus, somos disciplinados por Ele. Pois somos seus filhos, herdeiros da promessa. E Ele nos quer bem.
v. 33-34 – este é o coroamento da instrução do apóstolo: ‘esperai uns pelos outros’. O que motivou a orientação foi exatamente a falta de companheirismo dos coríntios na ministração da ceia. Mesmo que em forma de banquete. Se eles comecem em comunhão não haveria problemas, mas ao desprezarem os mais pobres eles estavam fazendo acepção de pessoas. E isso para Deus não é admissível, pois Jesus Cristo morreu para todos; seu corpo foi moído por todos igualmente; seu sangue foi vertido igualmente por todos; então a participação na cerimônia que celebra este Seu sacrifício por todos e anuncia a Sua 2ª vinda para todos aqueles que o amam, deve ser discernida e participada por todos em comunhão. Se o objetivo é um jantar de confraternização, façamos em nossas casas, ou marquemos um dia diferente da Ceia do Senhor.
Édison da Silva Gonçalves é Pastor Auxiliar da Igreja Evangélica Cristo para as Nações, em Uruguaiana-RS.
v. 19 – Paulo fala que as divisões em certo sentido é boa, pois é através dela que aqueles que são verdadeiros cristãos são diferenciados daqueles que só aparentam serem crentes.
v. 20-22 – quando os cristãos primitivos se reuniam para celebrar a comunhão era costume realizar uma refeição comunitária em conjunto com a celebração da Ceia do Senhor. O Apóstolo fala que a reunião da ceia deveria ser celebrada como um exemplo de união, porém as pessoas estavam preocupadas apenas em se alimentar e parece que os mais abastados esqueciam dos mais pobres e comiam o melhor da festa sim se importar com quem viesse depois. Havia um total descaso com o outro. Ninguém se preocupava com o ‘bem-estar’ coletivo, apenas com o encher a sua própria barriga. Ele alerta que para encher a barriga era em suas próprias casas que isso deveria ocorrer. E isto ele estava reprovando dos coríntios.
v. 23-25 – nestes versículos ele começa enfatizando que o que ele ensinava teria recebido diretamente do Senhor, portanto tinha a máxima autoridade para orientar a qualquer um sobre a ceia. E então passa a recordar o que aconteceu na noite da ceia, embora ele não estivesse presente, pode ter recebido as informações diretamente de quem esteve presente no local. Isso não seria nenhum problema, considerando que essa carta foi escrita apenas mais ou menos 20 anos após os eventos ocorridos.
v. 26 – ele fala do objetivo da cerimônia que é ‘anunciar a morte do Senhor até que Ele venha’. Este anúncio é feito através do próprio ato de comer o pão e beber o vinho. O pão significa o corpo de Cristo que foi morto na cruz e o vinho o Seu sangue que, da mesma forma, foi derramado para a remissão dos pecados.
v. 27-29 – ele trata das consequências de comer o pão e beber o vinho com indignidade. Indignidade é uma ação injuriosa ou afrontiva. Quem é indigno é ordinário, inconveniente e desprezível. Na esfera jurídica o significado da indignidade são mais fortes e abrangentes que na linguagem comum. No direito brasileiro uma indignidade é causa de deserdação, a exclusão do herdeiro de receber sua herança. A expressão ‘réu do corpo e do sangue do Senhor’ fala da possibilidade de sofrer julgamento aquele que assim proceder. Em algumas traduções é dito ‘culpado do corpo e do sangue do Senhor’, ou seja, deixa de ser réu e já está condenado.
v. 28 – por isso a necessidade do exame individual antes de participar da ceia. E após ao exame, não deixar de participar. Nenhum pecado é tão grave que impeça qualquer pessoa de tomar da ceia. O importante é que neste exame haja o reconhecimento da culpa, o pedido de perdão e a fé de que foi perdoado. Esta expressão ‘examine-se’ traz uma ideia de que ao final do processo, a pessoa se sinta aprovada. Então diante disso ela tenha plena capacidade de participar normalmente da cerimônia. Esta ideia de aprovação vem do grego ‘dokimós’ , que é a mesma palavra que Paulo usa em II Tm 2.15, com respeito de como deveria ser aquele que almeja o ministério pastoral. Os dokimós eram homens que trabalhavam na conferência do peso das moedas, atestando que não houve adulteração e que continham o valor nelas especificados. Eles utilizavam balanças para pesar o dinheiro e com o resultado do peso sabiam se houve ou não falsificação. Estes homens ficavam acima de qualquer suspeita e eram escolhidos ‘a dedo’ e gozavam da maior confiança seja dos banqueiros seja da população em geral. Eram homens dignos, aprovados.
v. 29-30 – por isso a necessidade de ‘comer discernindo o corpo’. Este é o versículo chave das instruções para a ceia. O que nos faz diferentes de qualquer religião, é termos um Deus que é a cabeça e nós o seu corpo. Quando Paulo inicia a fala aos coríntios, ele reprova a atitude deles de não serem corpo, ou seja, não agirem em união. Quando eu como o pão, torno-me um com ele; nos unimos. Quando todos comemos do mesmo pão, nos tornamos um com o pão e entre nós. Se o pão representa o corpo de Cristo, significa que estamos nos tornando um com Ele, simbolicamente. Esta é a chave da participação: pelas feridas sofridas por Cristo na cruz, eu fui sarado (Is 53.4-5). Não há mais condenação para os que estão com Cristo (Rm 8.1). A questão de ser aprovado não está ligada ao fato de termos ou não cometido pecados, ou termos ou não confessado estes pecados. Porque aquele que está em cristo é nova criatura (II Co 5.17). E por ser nova criatura não vive pecando (I Jo 3.6). A questão está em saber qual é a minha função no corpo. Entender que eu sou importante para o andamento do corpo. E a participação na ceia é a celebração desta comunhão do corpo. Cada membro deve entender e discernir isso, pois o julgamento ou a sentença não trazem uma condenação de perda da salvação, mas de castigos temporários como doenças e até mesmo a morte prematura.
v. 31-32 – atesta a necessidade de alto exame, pois assim evitaríamos o julgamento tanto dos outros homens como do próprio Deus. Entretanto, ao sermos julgados por Deus, somos disciplinados por Ele. Pois somos seus filhos, herdeiros da promessa. E Ele nos quer bem.
v. 33-34 – este é o coroamento da instrução do apóstolo: ‘esperai uns pelos outros’. O que motivou a orientação foi exatamente a falta de companheirismo dos coríntios na ministração da ceia. Mesmo que em forma de banquete. Se eles comecem em comunhão não haveria problemas, mas ao desprezarem os mais pobres eles estavam fazendo acepção de pessoas. E isso para Deus não é admissível, pois Jesus Cristo morreu para todos; seu corpo foi moído por todos igualmente; seu sangue foi vertido igualmente por todos; então a participação na cerimônia que celebra este Seu sacrifício por todos e anuncia a Sua 2ª vinda para todos aqueles que o amam, deve ser discernida e participada por todos em comunhão. Se o objetivo é um jantar de confraternização, façamos em nossas casas, ou marquemos um dia diferente da Ceia do Senhor.
Édison da Silva Gonçalves é Pastor Auxiliar da Igreja Evangélica Cristo para as Nações, em Uruguaiana-RS.
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