APRENDENDO SOBRE O BATISMO NO ESPÍRITO SANTO COM JESUS
(Comentário sobre a Lição 9 da Revista Fundamentos para uma vida cristã vitoriosa, da Central Gospel - Autor: Pr Marco Antônio da Silva)
1. O QUE O BATISMO NO ESPÍRITO SANTO NÃO É?
Não é o batismo em águas (At 1.5; Mt 3.11) porque o batismo em águas é para arrependimento de pecados e pode ser feito por qualquer pessoa, qualquer pastor ou líder. Não é o novo nascimento (Jo 3.3-8; I Jo 3.9) porque este é símbolo de uma nova vida, gerada por uma nova semente que não nasceu da carne nem sangue, mas da água e do Espírito. Não é um sinônimo de salvação (AT - Ex 15.2; Sl 27.1 / NT – Mt 7.14; Mc 12.14) porque a palavra salvação vem do grego soteria, que significa livramento, ou chegar ao final do caminho em segurança. Não é a justificação (Rm 2.34; 5.18-19) porque a justificação é ser justo ou tornar-se justo diante de Deus. É quando o pecador arrependido se achega diante de Deus e recebe o perdão e se torna limpo novamente. Isso só é possível pela obra de Jesus no calvário.
2. O QUE O BATISMO NO ESPÍRITO SANTO É?
O batismo no Espírito Santo é uma promessa feita por Joel, a qual seria derramada sobre toda a carne (judeus e gentios) sem distinção de gênero, idade ou classe social. A definição está baseada em três afirmações:
É uma experiência distinta e posterior à conversão o batismo complementa a obra regeneradora e santificadora do Espírito Santo (Ef 2.;1.2). Estas palavras dizem respeito ao homem natural que é o morto no pecado e o regenerado, que é o vivificado por Cristo. (II Co 5. 17-18; Rm 8.1). Regeneração é nascer de novo. É ter uma nova realidade espiritual. Não é um processo, mas um ato que leva o homem a nascer da água e do espírito. Tt 3.5. A santificação é um processo pelo qual o crente torna-se realmente santo e justo. É um programa de vida em cuja execução o homem se santifica.
É uma promessa de Deus. A promessa do batismo no Espírito Santo foi feita no Antigo Testamento (Is 44.3; Pv1.23) e no Novo Testamento (Mt 3.11; Lc 24.49; At 1.4-8; 1.5; Mc 1.8; Lc 3.16; Jo 1.30; At 11.15-16; I Co 12.13) * De onde vem a promessa do Espírito Santo? Vem de Deus (At 2.33; Ef 1.3; Tg 1.17) * Para quem é a promessa do Espírito? A promessa é para aqueles que estavam ali naquele tempo, para seus filhos e gerações e para tantos quantos respondessem ao chamado de Deus pela pregação do Evangelho.
É um revestimento de poder Em At 1.8 o escritor utiliza a palavra virtude que significa poder, capacitação. É um revestimento especial que o cristão recebe para cumprir a sua missão com autoridade e ousadia. Este poder é direcionado ao serviço a Ele, não é a regeneração ou a santificação. É a prática de um testemunho eficaz, resultante de uma íntima comunhão com Deus.
3. O QUE O BATISMO NO ESPÍRITO SANTO PRODUZ?
Testemunho Esta é a única ordem de Jesus a respeito do Batismo no Espírito Santo (At 1.8). Deus os capacitou a fim de que falassem do Seu amor com fidelidade e fervor em qualquer situação. (At 2.1-40). Foi nesta capacitação que os missionários desde os primeiros Apóstolos, Paulo e os demais,cumpriram a missão de levar o nome de jesus até os confins da Terra. Porém a obra ainda não acabou. Nós temos a tarefa de continuar esta missão.
Edificação pessoal Falar em línguas. Com respeito ao falar em línguas como produção do Espírito Santo precisamos fazer algumas considerações. No dia de Pentecostes as pessoas reunidas em oração no cenáculo, ao serem batizadas com o Espírito Santo, falaram em outras línguas (At 2.4). O autor da lição afirma que foram falados dois tipos de línguas pelos cristãos: línguas conhecidas pelas nações ali representadas (dialektos) (At 2.5-11); e línguas desconhecidas por todos, definidas pela palavra grosso […] todos ouviram línguas sobre as quais não tinham qualquer entendimento. (SILVA, 2015, p 75). Entretanto não existe no texto bíblico amparo para esta segunda afirmação. As pessoas das outras nações os ouviram falar em sua própria língua. Eles entenderam, na sua própria língua, o que os discípulos estavam falando (At 2.11). Basta imaginarmos várias pessoas ao mesmo tempo falando línguas diferentes: eu vou ouvir um deles falando na minha língua natal, mas ouvirei os outros falando em línguas que eu não compreendo. Entretanto, alguém que estiver ao meu lado vai entender, pois ouvirá a sua própria língua, mas não entenderá o que for falado na minha língua. Acredita-se que houve um propósito para este tipo de manifestação. Haviam muitos povos presentes e eles precisavam ouvir “as grandezas de Deus” nas suas línguas maternas. Era a comprovação de algo totalmente sobrenatural, totalmente realizado pelo Espírito Santo, sem haver necessidade de intérprete.As línguas faladas pelo cristão sob a ação do Espírito Santo servem para sua edificação pessoal. É o dom de variedade de línguas preconizado e sistematizado em I Coríntios 14.2. É uma forma de se ter uma conversa íntima com Deus, porém sem nenhum controle do que se está dizendo, ficando a pessoa totalmente à mercê da ação do Espírito Santo. Por isso há a recomendação do apóstolo Paulo em que o cristão deve orar a Deus pedindo, também, o dom de interpretação de línguas. O derramamento do dom do Espírito Santo aconteceu em diversas passagens do livro de Atos: 10.44-47; 11.16-17; 16.14-15; 16.33-34; 19.4-6;
Orientação quanto ao falar em línguas no culto. Por isso o mesmo Paulo orienta a igreja em como deve ser exercido estes dois dons.: Ninguém deve ser impedido de falar em outras línguas na igreja (I Co 14.39), porém deve haver interpretação do que foi falado, para que toda a igreja seja edificada (I Co 14.5). Caso não haja intérprete, fique calado ou fale consigo mesmo e com Deus (I Co 14.28). Por isso é visto em outras partes do livro de Atos outras manifestações de pessoas que foram batizadas no Espírito Santo e falaram em outras línguas (grosso). Entretanto houve um certo descontrole, orientado por Paulo aos cristãos de todas as épocas.
* CONCLUSÃO
O batismo no Espírito Santo visa, além do desenvolvimento da santidade pessoal do indivíduo, capacitá-lo ao serviço cristão. Fazer como foi feito aos discípulos que transformaram o mundo da sua época e esta transformação chegou até nós (Lc 10.17). Para que possa fazer o mesmo, o cristão atual precisa buscar este revestimento. Uma coisa já está garantida: a vontade de Deus em cumprir a Sua promessa.
Édison da Silva Gonçalves é Bacharel em Teologia, pelo Seminário Teológico José Alfredo e Professor da Escola Bíblica Dominical da Igreja Batista Peniel em Realengo, RJ.