domingo, 31 de outubro de 2010

O LUGAR SANTO

Quando o povo de Israel chegava ao Tabernáculo, encontrava apenas uma porta colorida, para chamar a atenção. Todos podiam entrar, desde que tivessem uma oferta em sacrifício pelo seu pecado. A primeira coisa que viam após a porta era o altar do sacrifício. Ali os animais eram sacrificados e os pecados do povo eram considerados perdoados, pois a morte da oferta substituía o pecador que deveria morrer. Após apresentado o sacrifício o sacerdote lavava os pés e as mãos para entrar no Santo Lugar, a fim de interceder pelos pecados do povo. Isso acontecia no Átrio do Tabernáculo.

Hoje somos atraídos pela beleza de Cristo, manifestada no colorido da igreja sua representante aqui na Terra. Ele é a única porta pela qual temos entrada no Reino de Deus. Todos podem alcançar a salvação. Não há distinção de raça, tribo, povo ou nação. A igreja tem de pregar esta verdade e atrair o maior número possível para “tabernacular” com Ele.
Para entrarmos não é necessário fazer nenhum sacrifício, pois Cristo já o fez por nós. Ele morreu em nosso lugar na cruz do Calvário. Por isso somos impactados e obrigados a tomar uma decisão: aceitar este sacrifício como suficiente para a nossa vida. Daí teremos os nossos pecados perdoados.
A partir daí temos livre acesso a Deus, mediante o lavar da Sua Palavra que irá nos moldando como ele quer e nos santificando dia a dia, até nos tornarmos varões perfeitos.
Tudo isso acontece no átrio, o lugar comum da igreja, onde todos são iguais, apresentam as mesmas lutas, mesmas ambições e desejos e até a mesma atenção de Deus.onde o sol brilha para todos e a chuva cai para bons e ruins. Onde até o alimento espiritual é servido igualmente. É um bom lugar para estar. Mas Deus nos promoveu a sacerdotes e não podemos ficar satisfeitos somente em ser alimentados. Mas somos desafiados a manter uma comunhão mais íntima com Ele. Isso só é possível no Santo lugar.

O Lugar Santo não é lugar de carne. A carne foi queimada no altar de sacrifício no átrio. O acesso é restrito àqueles que passaram pelo sacrifício de Cristo e foram lavados pela Palavra.
Existem três peças no Santo Lugar: o candelabro de ouro, a mesa dos pães da proposição e o altar do sacrifício.

O CASTIÇAL DE OURO – também chamado de Menorah, era a única fonte de luz dentro do Lugar Santo e representa a Luz do Espírito Santo, que deve brilhar na vida da igreja, trazendo luz ao nosso entendimento, de forma que ela ilumine as trevas. Deus não determinou qual seriam as medidas do castiçal, mas ele seria de ouro puro batido. Já imaginou o trabalho que deu para os ourives realizar tal trabalho no deserto? Mas o simbolismo de não ter medidas é para nos alertar que o Espírito Santo é sem limites. A Sua luz, o Seu poder é ilimitado. A luz devia ficar acesa sempre (Ex 27.20). E o sacerdote tinha a missão de mantê-lo aceso. A luz do Espírito Santo está em nós e cabe a nós mantê-la assim (Lc 11.25).
Quando olhamos a composição do castiçal, observamos que ele possui uma haste central da qual partem outras seis, formando assim sete lâmpadas. Em Is 11.2 lemos que sete espíritos seriam derramados sobre a igreja, a fim de gerar união no seio dela. As sete lâmpadas brilhando uniformemente, nos lembram que a união deve ser a maior preocupação da igreja. União de propósitos, na oração, no conhecimento, na justiça, etc.
As hastes laterais representam a igreja ligada a Cristo e Dele dependendo para obter vida. Pois as hastes são ocas para que o azeite possa correr livremente em seu interior e abastecer os pavios (nós) e mantê-los acesos. Os ornamentos das hastes são os frutos que a igreja deve produzir quando está ligada a Cristo e recebe o combustível do Espírito Santo, manifestado através dos dons espirituais.
As lâmpadas deveriam ficar sempre acesas, mas Deus mandou fazer as espevitadeiras e os apagadores. Não seria um contrassenso? De forma nenhuma, pois Ele sabia que em algum momento a chama poderia apagar. Por isso Ele providenciou uma forma de corrigir o “tropeço” que o pecado pode causar, até remover o pavio, e em último caso remover o castiçal (Ap 2.5).

Como está o nosso depósito de azeite? Lembremo-nos da parábola das 10 virgens. As 5 prudentes tinham azeite para aguardar o noivo, enquanto as imprudentes deixaram o seu azeita acabar. Tenhamos prudência a aprendamos a lição que o castiçal nos dá, para que a nossa lâmpada nunca se apague.

No próximo estudo falaremos sobre a mesa dos pães e do altar de incenso.

Édison da Silva Gonçalves é professor da EBD da Igreja Batista Peniel de Realengo-RJ e Maestro do Coral Peniel.